Comorbilidades

Comorbilidades associadas à obesidade                                  





Exemplo de ginecomastia (seios de dimensões superiores ao normal) num homem obeso.








Sendo a obesidade, por si só, considerada uma doença, constitui também um importante factor de risco para muitas doenças crónicas, tanto físicas como mentais.








Cardiologia
Doenças Isquémicas do coração
A obesidade está associada a quase todo o tipo de doenças cardiovasculares, incluindo angina de peito (má vascularização das artérias coronárias que provoca dor de peito) e enfarte do miocárdio. Um relatório de 2002 concluiu que 21% das doenças isquémicas do coração se devem à obesidade enquanto o Consenso Europeu 2008 coloca o número em 35%.




Insuficiência Cardíaca Congestiva


Ter um IMC superior a 30 aumenta os riscos de insuficiência cardíaca em 100%.




Pressão Arterial Elevada
Mais de 85% dos casos de hipertensão arterial ocorrem em pessoas com um IMC superior a 25. O risco de hipertensão é 5 vezes maior nos obesos quando comparados a indivíduos com peso normal. A ligação definitiva entre a obesidade e hipertensão foi encontrada com animais e estudos clínicos, a partir destes, foi percebido que muitos mecanismos são as potenciais causas da obesidade induzida hipertensão. Estes mecanismos incluem a activação do sistema nervoso simpático.


Níveis de colesterol anormais


A obesidade está associada a um aumento do nível de colesterol LDL (low-density lipoprotein) e uma baixa de colesterol HDL (high-density lipoprotein). Esta alteração tem graves consequências para a saúde, pois o tipo de colesterol referido em primeiro lugar deposita-se nas paredes dos vasos sanguíneos, podendo conduzir a enfartes e tromboses.


Trombose venosa profunda e embolia pulmonar
Esta doença está também associada a um aumento do risco, em 2,3 vezes, de trombose venosa provocada por um êmbolo de gordura.





Dermatologia

 
·         Estrias – marcas na pele.

·         Acantose nigricans – doença que se caracteriza por uma hiperpigmentação da pele, passando a possuir cores mais escuras. Esta doença pode, por vezes, estar associada ao desenvolvimento de tumores internos, normalmente no trato intestinal ou no útero, mas também noutros locais como pulmão, próstata, mama ou ovário.

·         Linfedema – é também conhecida como obstrução linfática. Trata-se de uma situação localizada no organismo humano, em que ocorre retenção de fluido intersticial e posterior inchaço de tecidos provocado pelo sistema linfático comprometido. O sistema linfático, quando não se encontra debilitado, recolhe o líquido intersticial dos tecidos e leva-o até à veia cava superior onde alguns dos seus constituintes são, depois, transportados para outros locais, pela circulação sanguínea. Estes excessos de fluido, quando não removidos e tratados, provocam a acumulação de proteínas, que causam o desenvolvimento em número e tamanho das células do tecido afectado, reduzindo a disponibilidade de oxigénio. Este meio torna-se propício ao desenvolvimento de infecções e, em casos graves, de úlceras na pele. Os linfedemas foram também associados, por vezes, ao desenvolvimento de alguns tipos de cancro.

·         Celulitis – ao contrário do que o nome sugere, não se trata de celulite. Esta doença caracteriza-se numa reacção no tecido que forma a pele, ocorrendo graves inflamações tanto na derme, como nas camadas subcutâneas que a sucedem. Normalmente, esta doença associada a infecções por parte de bactérias que o organismo não consegue controlar.

·         Hirsutismo – doença caracterizada pelo desenvolvimento de pilosidade excessiva. Nas partes do corpo onde os pêlos, normalmente, não ocorrem com tanta frequência ou são mínimos, passam a existir grandes aglomerados dos mesmos.

·         Intertrigo – é uma situação clínica em que ocorre uma inflamação nas dobras da pele do corpo. Esta doença, geralmente, desenvolve-se a partir da deterioração de zonas húmidas da pele (propícias à proliferação de microorganismos), como nas coxas, nos genitais, nas axilas, nos seios, na parte inferior da barriga, na parte posterior da orelha, e nos espaços entre os dedos. O intertrigo apresenta-se como sendo de cor vermelha, podendo também provocar comichão ou feridas.





Endocrinologia e Medicina reprodutiva


Diabetes mellitus
Uma das mais fortes ligações entre a obesidade e outras doenças é aquela com a diabetes tipo 2. O excesso de peso está por trás de 64% e 77% dos casos de indivíduos com este tipo de diabetes em homens e mulheres, respectivamente. No caso desta doença, manifesta-se, geralmente, a partir dos 40 anos. Embora o pâncreas produza uma quantidade normal de insulina, pelo facto de os receptores da insulina nas células-alvo diminuírem, essas células não respondem à presença da insulina e, portanto, não absorvem a glicose cuja concentração no sangue aumenta. 
A concentração de glicose no sangue (glicemia) tem diversos efeitos nocivos no organismo. As piores consequências caracterizam-se por problemas cerebrais, como edemas, o que pode provocar coma desses indivíduos.
Síndrome do Ovário Policístico (SOP)
Devido à sua associação com resistência à insulina, aumenta o risco de SOP com adiposidade. Nos EUA, cerca de 60% ​​dos pacientes com esta doença possuem um IMC superior a 30.


Transtornos Menstruais
Muitas vezes a obesidade está também associada a consequências no normal desenvolvimento da menstruação, provocando a ausência da mesma, durante o seu período reprodutivo, uma situação clínica denominada amenorreia. Esta doença tem também outras consequências graves para o organismo da mulher, provocando uma grave perda de densidade óssea o que pode, por vezes, resultar em osteoporose e osteopenia, doenças que se caracterizam numa baixa densidade mineral óssea, as quais podem provocar perigosos danos nos indivíduos afectados, desde fracturas de ossos (quadril, vértebras, etc.) até à própria morte, associada a estas fracturas.


Infertilidade
A obesidade leva também à infertilidade em homens e mulheres. Isto é principalmente devido ao excesso de estrogénio interferir com o normal processamento da ovulação nas mulheres e alterar a espermatogénese em homens. Acredita-se que a obesidade causa de 6% de infertilidade primária.


Complicações da gravidez
A obesidade está relacionada a muitas complicações na gravidez, incluindo: hemorragia, infecção, aumento do tempo de internamento para a mãe e provoca, por vezes, aumento do tempo que o feto recém-nascido poderá passar na unidade de terapia intensiva neonatal. As mulheres obesas estão associadas, normalmente, a mais do dobro da taxa de cesarianas, em comparação com mulheres de peso normal. Isto deve-se ao facto de ser muito mais arriscado, para elas e para os fetos, submeterem-se a um parto normal. Mulheres obesas também têm maior risco de ter filhos prematuros e recém-nascidos de baixo peso.



Defeitos congénitos
As mães obesas, durante a gravidez, têm um risco maior de ter um filho com uma série de malformações congénitas incluindo: defeitos do tubo neural, como anencefalia e espinha bífida, anomalias cardiovasculares, incluindo anomalias do septo, lábio leporino e fenda palatina, malformações anorretais, redução de membros anomalias e hidrocefalia.





Morte fetal intra-uterina

Muitas vezes, a obesidade encontra-se igualmente associada à morte dos fetos, durante o estágio de desenvolvimento intra-uterino.



Gastrointestinais




Doença do Refluxo Gastroesofágico
Vários estudos mostram que a frequência e severidade de sintomas desta doença são maiores em indivíduos obesos. Caracteriza-se em consequências graves, como danos na mucosa do esófago, causados pelo ácido do estômago que sobe do estômago para o esófago. Um sintoma típico do refluxo é azia.

 
Esteatose Hepática (doença hepática gordurosa)


É uma complicação da obesidade em que ocorre a deposição da gordura em excesso (esteatose) no fígado. Esta doença está relacionada com a resistência à insulina e à obesidade, e podem responder aos tratamentos desenvolvidos originalmente para outros estados resistentes à insulina (por exemplo, diabetes mellitus tipo 2), tais como perda de peso, ou outros medicamentos. A Esteatose Hepática ter consequências graves, como inflamação do fígado, que pode comprometer o seu normal funcionamento.


Esteatose hepática não-alcoólica








Colelitíase (cálculos biliares)
Um cálculo biliar é a formação de estruturas cristalinas formadas na vesícula biliar por junção de componentes da bílis. Estes cálculos são formados na vesícula biliar, mas podem passar distalmente noutras partes do trato biliar, como o ducto cístico, duto biliar comum, ducto pancreático, ou a ampola de Vater. A presença de cálculos na vesícula biliar aguda pode levar a colecistite, uma condição inflamatória caracterizada por retenção de bílis na vesícula biliar e, frequentemente, pode acabar por conduzir a infecções secundárias por microorganismos intestinais, com predominância de espécies como Escherichia coli e Bacteroides. A presença de cálculos biliares noutras partes das vias biliares podem causar obstrução das mesmas, o que pode levar a doenças graves como colangite ascendente ou pancreatite. Qualquer uma dessas duas condições pode ser fatal e são, portanto, consideradas graves emergências médicas.




Neurologia

 
AVC
Um acidente vascular cerebral é responsável por uma rápida perda de funções do cérebro devido a distúrbios no fornecimento de sangue ao mesmo. Isto ocorre devido a uma situação de isquemia (falta de fluxo sanguíneo), causada por entupimento das artérias (trombose/embolia arterial), ou por uma hemorragia de uma zona variável do cérebro (perda de sangue). Como resultado, a área afectada do cérebro é incapaz de funcionar, levando a incapacidade de mover um ou mais membros de um lado do corpo, incapacidade de compreender ou formular palavras, ou uma incapacidade de ver um lado do campo visual.
O AVC é uma emergência médica, sendo necessária uma intervenção rápida a nível hospitalar dos indivíduos afectados. Esta situação clínica pode causar danos neurológicos permanentes, assim como outras complicações, sendo uma delas a morte do paciente. O AVC revela-se como a principal causa de incapacidade em adultos nos Estados Unidos e na Europa e é a segunda causa principal de morte no mundo. Entre os factores de risco para a ocorrência de um AVC incluem-se idade avançada, hipertensão arterial (pressão alta), AVC ou ataque isquémico transitório (TIA) prévio, diabetes, colesterol elevado, tabagismo e fibrilação atrial. A hipertensão arterial é o factor de risco de acidente vascular cerebral mais importante a ser modificado, por ser o provocador da maior parte de AVC.
A taxa de acidentes vasculares cerebrais sofre um elevado aumento tanto em homens como em mulheres obesos. Para homens e mulheres com IMC maior que 30 o risco de AVC foi 1,7 e 2,0 vezes maior, respectivamente, segundo várias fontes.


Meralgia parestésica
Meralgia parestésica é uma situação clínica que se caracteriza por dormência ou dor na parte superior da coxa causada não por uma lesão na mesma, mas por lesão de um nervo que se estende desde a coxa até à coluna vertebral.
Esta desordem neurológica crónica envolve um único nervo periférico, ou seja, o nervo cutâneo lateral da coxa (também chamado de nervo cutâneo femural lateral).


Enxaqueca
Uma enxaqueca é uma condição debilitante caracterizada por dores de cabeça e náuseas de intensidade moderada a grave. É três vezes mais comum em mulheres que em homens.
A enxaqueca é uma dor típica unilateral (que afecta um dos hemisférios do cérebro) e dependendo da sua causa, a duração vai de 4 a 72 horas. Os sintomas incluem, entre outros, para além dos anteriormente referidos, vómitos, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz), fonofobia (sensibilidade aumentada ao som), sendo que estes sintomas são, geralmente, agravados pela actividade de rotina.


Síndrome do Túnel do Carpo
A Síndrome do Túnel do Carpo (STC) é uma neuropatia mediana do túnel do carpo. Esta doença resulta da compressão do nervo mediano que passa através do túnel do carpo. Os factores de risco para STC são principalmente genéticos, mas a Obesidade também é um deles.
O principal sintoma da STC é dormência intermitente do polegar, do indicador e de uma parte do dedo anular. A dormência ocorre geralmente durante a noite, porque tendemos a dormir com os nossos punhos fechados e é aliviada pelo uso de uma tala no pulso que impede a flexão dos punhos. Uma STC de longa duração que permaneça sem tratamento leva ao dano permanente do nervo, causando dormência constante, atrofia de alguns músculos da eminência tenar (músculos localizados na base do polegar) e fraqueza da abdução palmar.
Até hoje, o único método de tratamento eficaz no controlo desta doença passa por uma cirurgia, na qual se corta o ligamento transversal do carpo.


Demência
A Demência é uma grave perda da habilidade cognitiva de uma pessoa mentalmente sã, podendo resultar, entre outras coisas, do envelhecimento, mas também da Obesidade. Pode ser estática, o resultado de uma lesão cerebral global única, ou progressiva, resultando em declínio a longo prazo devido a danos ou doenças no corpo. Embora a demência seja muito mais comum em idosos da população, pode ocorrer em qualquer fase da vida adulta.
Esta é uma doença, em que as áreas da cognição afectadas podem ser a memória, a atenção, a linguagem e a resolução de problemas. É necessário, normalmente, que estes sintomas perdurem por 6 meses, antes de se poder efectuar o diagnóstico. Quando esta é uma disfunção cognitiva que aparece apenas em tempos mais curtos, em especial durante poucas semanas, deve ser chamada de delírio.
Especialmente nas fases mais avançadas da doença, as pessoas afectadas podem sofrer desorientação no tempo (não sabendo o dia da semana, dia do mês, ou mesmo o ano em que se encontram), no lugar (não reconhecendo o lugar onde estão presentes) e no reconhecimento de indivíduos (não sabendo quem são os outros que a rodeiam).
Os indivíduos obesos, geralmente, apresentam uma taxa de demência 1,4 vezes maior do que aqueles que têm um valor de peso normal.


Hipertensão Intracraniana Idiopática
Hipertensão intracraniana idiopática (HII) é um distúrbio neurológico que se caracteriza pelo aumento da pressão intracraniana (pressão em torno do cérebro), na ausência de um tumor ou outras doenças. Os principais sintomas são dor de cabeça, náuseas e vómitos, bem como tinnitus pulsátil (zumbido no ouvido em sincronia com o pulso), visão dupla e outros sintomas visuais. Se não for tratada, pode levar ao inchaço do disco óptico no olho, que podem progredir para perda de visão.
Os tratamentos desta doença podem envolver procedimentos complicados. O primeiro tratamento passa pela punção lombar, que não só permite o diagnóstico como também permite um primeiro tratamento, dado que a drenagem do líquido cefalorraquidiano permite um controlo temporário dos sintomas. Após isso, a aplicação de fármacos torna-se o tratamento a abordar, podendo ou não surtir efeito. Caso estes sejam ineficazes no controlo da doença, deve-se recorrer a uma cirurgia do nervo óptico, o que pode envolver vários riscos para o indivíduo, como a cegueira.
Esta condição pode ocorrer em todas as faixas etárias, mas é muito mais comum em jovens mulheres com obesidade.
 

Esclerose Múltipla
É uma doença neurológica que se declara entre os 20 e os 40 anos e que se caracteriza pela destruição focal (“em placas”) de componentes do sistema nervoso. Os diversos tipos de sintomas neurológicos (por exemplo, perturbações sensitivas, formigueiros, falta de acuidade visual, desequilíbrio, dificuldades motoras dos membros inferiores, etc.) alternam com períodos de remissão, mas, por vezes, as crises deixam sequelas. Verificam-se lesões na substância branca dos centros nervosos, devido à destruição da mielina, de axónios e mesmo de células nervosas. Essas lesões são provocadas por linfócitos T ou por mediadores químicos libertados pelos sistema imunitário.
Algumas semanas depois das crises, os elementos inflamatórios desaparecem, mas podem deixar no lugar da reacção uma “cicatriz” formada pelo tecido de sustentação, zonas desmielanizadas e axónios seccionados. A longo prazo, estas lesões levam a uma atrofia do sistema nervoso central, com diversas consequências como transtornos no equilíbrio, motricidade difícil, perturbações na visão, etc.
As mulheres obesas com idades próximas dos 18 anos têm um risco duas vezes maior de desenvolver esta doença, quando em comparação com outras com peso normal.




Oncologia
Muitos tipos de cancro ocorrem com maior frequência em pessoas com sobrepeso ou obesidade. Um estudo do Reino Unido revelou que aproximadamente 5% dos cancros se devem ao excesso de peso. Entre estes cancros incluem alguns de vários tipos e localizados em diferentes zonas do corpo:


·         mama, ovário;
·         esófago, colon-rectal;
·         fígado, pâncreas;
·         vesícula biliar, estômago;
·         endométrio, do colo do útero;
·         próstata, rim;
·         linfoma Non-Hodgkin, mieloma múltiplo.



Psiquiatria
 

Depressão e Estigmatização Social
A obesidade tem sido associada à depressão e à exclusão social. A relação entre estes factores é mais forte em indivíduos com obesidade mórbida, bem como nos mais jovens e nas mulheres. Isto deve-se essencialmente ao facto de grande parte destes indivíduos terem vergonha do seu corpo e serem frequentemente mal tratados e excluídos pelos indivíduos da sua sociedade.



Respirology


Apneia obstrutiva do sono
É um distúrbio do sono caracterizado por pausas anormais em respirar ou a casos de baixa de respiração anormal durante o sono. Cada pausa na respiração, chamada de apneia, pode durar alguns segundos ou mesmo minutos e podem ocorrer com uma frequência de 5 a 30 vezes ou mais por hora. A apneia do sono é diagnosticada com um teste de sono chamado de polissonografia.
Uma pessoa com apneia do sono raramente tem consciência de ter dificuldade em respirar, nem mesmo ao acordar. Esta doença é reconhecida como um problema por outro indivíduo que veja o doente durante episódios ou pode ser deduzida por causa dos seus efeitos sobre o corpo (sequelas). Os sintomas podem estar presentes por anos (ou mesmo décadas) sem serem identificados, tempo ao fim do qual o doente pode desenvolver sonolência diurna e fadiga.
Recorrendo a máquinas de pressão positiva contínua das vias áreas, um doente com este distúrbio pode voltar a obter um sono regular. Esta é uma forma segura e eficaz no tratamento da maior parte dos casos de apneia obstrutiva do sono, mas não é uma cura, uma vez que apenas funciona eficazmente a curto a médio prazo.
Uma outra forma de tratamento desta doença é uma cirurgia de avanço maxilomandibular considerada a cirurgia mais eficaz para pacientes com apneia do sono por aumentar o espaço aéreo posterior. Tanto durante os procedimentos do ambulatório, durante a cirurgia, como durante o tempo que passam internados, os doentes são sujeitos ao uso de sedativos. Grande parte das drogas e agentes anestésicos utilizados ​​durante a cirurgia para aliviar a dor ou para diminuir o estado de consciência do indivíduo mantêm-se no corpo em pequenas quantidades durante horas ou mesmo dias após a cirurgia. Em alguns dos indivíduos operados, essas pequenas concentrações podem por em risco a vida a sua vida, impedindo-o de respirar ou provocando colapsos nas vias aéreas. O uso de analgésicos e sedativos nestes pacientes no pós-operatório deve ser minimizado ou evitado.
A cirurgia da boca e da garganta, assim como a cirurgia dentária e todos os procedimentos de reconstrução facial necessários para o sucesso da cirurgia relacionada com a apneia do sono, podem resultar em inchaço pós-operatório da mucosa da boca e de outras áreas que afectam as vias respiratórias. Mesmo quando o procedimento cirúrgico é projectado para melhorar as vias aéreas, como a amigdalectomia e a adenoidectomia ou mesmo a redução da língua, o inchaço pode anular algumas das melhorias obtidas, no período pós-operatório imediato.


Síndrome de Hipoventilação da Obesidade




Máquina de pressão positiva contínua das vias áreas comummente usada para o controlo da ventilação do doente.



 


A Síndrome de Hipoventilação da Obesidade é definida como a combinação de obesidade, de hipóxia (falta de oxigénio, O2, no sangue) durante o sono e hipercapnia (aumento de dióxido de carbono, CO2, no sangue) durante o dia, resultante de hipoventilação (taxa de respiração abaixo do normal).
A maioria das pessoas com a síndrome de hipoventilação da obesidade apresenta apneia obstrutiva do sono, uma condição caracterizada por ronco, episódios breves de apneia (suspensão da respiração) durante a noite, que interrompe o sono e provoca sonolência diurna excessiva. Em casos mais preocupantes, a sonolência pode ser agravada por níveis elevados de dióxido de carbono. Outros sintomas presentes em ambas as condições são depressão e hipertensão arterial (pressão alta) que é de difícil controlo, mesmo com recurso a medicamentos. O dióxido de carbono de altas concentrações também pode causar dores de cabeça, que tendem a piorar, com o tempo.
O baixo nível de oxigénio leva a uma tensão excessiva no lado direito do coração, relacionado com a circulação pulmonar, conhecida como cor pulmonale. Os sintomas desta doença ocorrem porque o coração tem dificuldade em bombear sangue aos pulmões. O líquido pode acumular-se, portanto, na pele das pernas sob a forma de edema (inchaço), e na cavidade abdominal em forma de ascite (líquido dentro do abdómen), diminuição da tolerância ao exercício e dores no peito associadas ao esforço também podem aparecer. Nos exames físicos, normalmente, são encontradas várias condições, para além das anteriormente referidas, como uma elevada pressão venosa jugular, uma alçada paraesternal palpável, um sopro no coração devido ao sangue que escapa através da válvula tricúspide, hepatomegalia (aumento do fígado) e edema nas pernas. Cor pulmonale ocorre em cerca de um terço de todas as pessoas com SST.





Doença Pulmonar Crónica
A obesidade está associada com uma série de doenças pulmonares crónicas, incluindo: Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). Acredita-se que um estado inflamatório sistémico induzido por algumas causas da obesidade pode contribuir para a inflamação das vias respiratórias, conduzindo a asma.




Complicações durante a Anestesia Geral
            Os doentes obesos são mais difíceis de ventilar e entubar, prevendo-se logo que esta última seja difícil. Os acessos venosos são mais complicados. O metabolismo e a biodisponibilidade dos fármacos estão alterados, devido à gordura. No pós-operatório, a recuperação torna-se mais complicada, pois são doentes menos propensos a uma rápida recuperação.







Reumatologia e Ortopedia

 
Gota
É uma condição médica geralmente caracterizada por ataques recorrentes de artrite inflamatória aguda, em que as articulações ficam vermelhas, quentes e inchadas. A articulação metatarso-falangeana na base do maior dedo do pé é a mais afectada (aproximadamente 50% dos casos). No entanto, também pode apresentar-se como tofos, pedras nos rins, ou urato nefropatia. Ela é causada por níveis elevados de ácido úrico no sangue que se cristalizam e são depositados nas articulações, tendões, e em torno dos tecidos.
Segundo alguns estudos, quando homens adultos com um IMC de 21 a 23 são comparados com homens com um IMC de 30 a 35, estes últimos têm uma taxa de incidência de gota 2,3 vezes maior do que os primeiros. Por outro lado, os homens adultos com um IMC superior a 35 têm 3,0 vezes do que os que têm IMC de 21 a 23. A perda de peso diminui esses riscos, segundo esses mesmos estudos.


Fraca Mobilidade
Há uma forte associação entre obesidade e dor músculo-esquelética e deficiência tanto dos músculos como dos ossos. Isto limita, claramente, a mobilidade do indivíduo.


Osteoartrite
Aumento das taxas de artrite são vistos em ambos os de carga e descarga de peso não comum. As pessoas com um IMC superior a 26 tinham uma taxa de osteoartrite nos joelhos 6 vezes maior do que aqueles com um IMC inferior a 23, bem taxas de osteoartrite na mão era de cerca de 1,5 vezes maior.




Dor na Região Lombar
Obesos são duas a quatro vezes mais propensos a ter dor lombar do que outros indivíduos com peso normal, dentro dos níveis saudáveis.





Urologia e Nefrologia

 
Disfunção Eréctil
Esta doença afecta em elevados números os indivíduos obesos, dado que a sua condição provoca esta anomalia sexual.
Esta condição pode, no entanto, ser ultrapassada, caso a obesidade cesse de existir. Segundo alguns estudos, um terço dos indivíduos obesos com disfunção eréctil que procura perder peso é capaz de recuperar a sua actividade sexual normal.





Incontinência Urinária
Urgência miccional, stress e incontinência mista ocorrem em maiores taxas em obesos. As taxas são aproximadamente o dobro das encontradas na população de indivíduos de peso normal. A incontinência urinária melhora significativamente com a perca de peso.




Insuficiência Renal Crónica
Obesidade aumenta risco de insuficiência renal dos doentes obesos em 3 a 4 vezes. A Insuficiência Renal Crónica é uma perda progressiva da função renal (depuração de alguns componentes tóxicos do sangue e da linfa para a urina, de modo a serem excretados) por um período de meses ou anos. Os sintomas de agravamento da função renal não são específicos e podem incluir sensação de mal-estar geral e redução do apetite. Muitas vezes, esta condição médica é diagnosticada através do resultado de uma triagem efectuada em pessoas em risco de problemas renais, tais como as que possuem pressão arterial alta ou diabetes e as que têm parentes com doença renal crónica. Esta enfermidade pode ser identificada quando conduz a uma de suas complicações reconhecidas, tais como doenças cardiovasculares, anemia ou pericardite.

Hipogonadismo
            Hipogonadismo é um termo médico utilizado para referir uma diminuição da actividade funcional das gónadas. A baixa testosterona, por exemplo, é causada por uma diminuição ou deficiência na sua produção nos órgãos sexuais hormonais. Isto pode causar diminuição dos caracteres sexuais secundários e infertilidade.